Crime da mala: corpo de vítima foi mantido dentro de geladeira de pousada antes de ser espalhado por Porto Alegre, diz polícia
16/09/2025
(Foto: Reprodução) Corpo dentro de mala: coletiva detalha investigação do caso
Polícia Civil/Reprodução
A Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias (IGP) informaram nesta terça-feira (16) que o corpo de Brasília Costa, 65 anos, foi mantido dentro de uma geladeira da pousada — onde ela e o suspeito estavam — antes de ser espalhado por diferentes regiões de Porto Alegre.
"Ele guardou o corpo dentro de uma geladeira que ficava no quarto dela [da vítima]", afirma o delegado Mário Souza.
O então namorado dela, Ricardo Jardim, 66 anos, está preso preventivamente desde o início do mês. No interrogatório, ele negou o crime e admitiu que fez apenas o descarte dos restos mortais.
Suspeito comprou serra, luvas, lonas e mala usada no crime
A causa da morte ainda é apurada. A localização do crânio é considerada etapa decisiva para contribuir para a definição. As autoridades conseguiram identificar que Brasília já estava sem vida quando foi esquartejada.
"As lesões não têm sinais vitais. Ela já estava morta quando foi esquartejada. A gente ainda não tem dados concretos para poder estabelecer qual foi a causa mortis. Nós esperamos que quando encontrar a parte restante [o crânio] a gente possa complementar através da análise do todo, individualmente a gente não conseguiu estabelecer", explicou o diretor-geral do IGP, Paulo da Cruz Barragan.
A Defensoria Pública, que representa o suspeito, diz que só se manifestará nos autos do processo.
Em 2018, Ricardo foi condenado a 28 anos por matar e concretar a mãe. Ele foi solto em 2024 após conseguir autorização para progressão ao regime semiaberto. (Veja abaixo linha do tempo)
Compras de materiais em dinheiro
A polícia conseguiu rastrear a movimentação financeira de Ricardo Jardim. De acordo com o delegado Mário Souza, o suspeito agiu meticulosamente. Jardim realizou três compras, entre 8 e 14 de agosto. Os pagamentos foram realizados em dinheiro.
"Dias 8 e 9 de agosto ocorreram duas compras. Já foram identificadas, os dados já foram coletados. Teria comprado uma serra tipo arco, luvas, lonas, sacos plásticos e fitas. Sabemos os comércios onde ele comprou, o horário e como ele pagou. Pagou, a princípio, em dinheiro", explicou o delegado.
Conforme os investigadores, a mala utilizada para descarte do tronco desmembrado foi adquirida no da 14 de agosto. Imagens de câmeras de segurança do local mostra o homem deixando a mala no setor de guarda-volumes da rodoviária no dia 20 de agosto.
"No dia 14 de agosto ele comprou uma mala, nova, grande, que é a mala que ele utilizou para carregar a maior parte do corpo da Dona Bia. É a mala da rodoviária", acrescenta Souza.
Crime da Mala: polícia faz buscas em depósitos de lixo
Buscas pelo crânio são intensificadas
A Polícia Civil informou que está fazendo buscas em lixões pelo crânio da vítima. Os trabalhos são concentrados em depósitos e aterros sanitários que recebem resíduos de Porto Alegre.
Conforme os investigadores, a decisão de concentrar as diligências nesses locais se dá porque o suspeito afirma ter deixado o crânio em um contêiner de lixo nas redondezas da Usina do Gasômetro.
"Temos o apoio das empresas que fazem a limpeza urbana, os funcionários estão atentos para informar a Polícia Civil. Temos apoio do IGP, à disposição para ir ao local com eventual suspeita. Todas as diligências estão sendo feitas", diz o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mário Souza.
O tronco da vítima estava dentro de uma mala no guarda-volumes na Estação Rodoviária da capital. Restos mortais foram localizados em sacolas de lixo deixadas em uma rua na Zona Leste. As pernas foram encontradas em dois trechos diferentes da Zona Sul.
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Infográfico - Linha do tempo: homem preso após abandonar mala com corpo na rodoviária de Porto Alegre
Arte/g1
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