Vereador de Viamão chama Leonel Brizola, falecido em 2004, para participar de homenagem na Câmara: 'Se encontra na casa?'
30/12/2025
(Foto: Reprodução) Vereador de Viamão chama Leonel Brizola, falecido em 2004, para homenagem
O vereador Luisinho do Espigão (PSDB) cometeu uma gafe durante a 82ª sessão na Câmara Municipal de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O parlamentar conduzia os trabalhos e, ao anunciar a entrega de uma moção à Escola Técnica de Agricultura (ETA) Leonel de Moura Brizola, pediu que um colega recebesse o ex-governador do RS e do RJ, falecido em 2004.
"Peço ao vereador Jonas que possa receber o senhor Leonel", disse Luisinho.
Alguns segundos depois, diante do impasse, o presidente da Câmara em exercício reiterou:
"Senhor Leonel de Moura Brizola se encontra na Casa? Convido o senhor a participar da mesa".
Em seguida, o vereador Jonas Rodrigues (PL) recebeu um representante da escola técnica e o conduziu até à Mesa Diretora para acompanhar a fala do político que propôs a homenagem, Marco Borrega (PDT).
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Ao g1, Luisinho do Espigão afirmou que "todos sabemos quem foi Leonel de Moura Brizola e reconhecemos sua inestimável contribuição à política do Rio Grande do Sul e do Brasil". Ele acrescenta que houve "equívoco de natureza estritamente protocolar". Leia a íntegra abaixo
O autor da moção, Marco Borrega, destacou o legado da ETA Leonel de Moura Brizola. A instituição completou 115 anos e, segundo Borrega, tem impacto direto no crescimento econômico e social da comunidade.
"Ao longo de mais de um século, a escola tem desempenhado papel essencial na difusão de conhecimento, na valorização das práticas sustentáveis, na inovação no campo e no incentivo ao protagonismo de jovens que buscam oportunidades no meio rural", sustenta.
A Câmara de Vereadores de Viamão não retornou até a mais recente atualização desta reportagem.
Luisinho do Espigão foi reeleito em 2024, com 1.877 votos. O político considera que a presença constante nas ruas, buscando intermediar demandas da população, é a principal marca do seu trabalho no Legislativo.
À esquerda, o vereador de Viamão, Luisinho do Espigão; à direita, o ex-governador Leonel Brizola
Montagem: Reprodução/Câmara Municipal de Viamão e Acervo Agência Senado
Quem foi Leonel Brizola
Brizola exerceu mandatos de deputado estadual no RS, de deputado federal pelo RS e pelo extinto estado da Guanabara e de prefeito de Porto Alegre. Foi governador de dois estados: RS e RJ.
Durante a ditadura, viveu 15 anos exilado no exterior. Foi um dos principais opositores do regime militar, que em 1964 derrubou o presidente João Goulart, do qual era cunhado.
Depois de retornar ao Brasil em 1979, com a Lei da Anistia, fundou o Partido Democrático Trabalhista.
Em 1989, Leonel Brizola candidatou-se a presidente da República e terminou em terceiro lugar. Disputou novamente em 1994 e foi o quinto colocado. Em 1998, integrou, como vice-presidente, a chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva, que perdeu para Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Brizola morreu no dia 21 de junho de 2004, aos 82 anos.
O ex-governador de RS e RJ, Leonel Brizola, em registro de 2003
Joedson Alves/Estadão Conteúdo
O que diz o vereador Luisinho do Espigão
"Muito respeitosamente, gostaria de prestar o seguinte esclarecimento a respeito das notícias que envolveram meu nome.
Todos sabemos quem foi Leonel de Moura Brizola e reconhecemos sua inestimável contribuição à política do Rio Grande do Sul e do Brasil, líder histórico que nos deixou em 2004. Na ocasião em que eu presidia a sessão da Câmara de Vereadores de Viamão, a homenagem em pauta era destinada à Escola Técnica Agrícola (ETA) Leonel de Moura Brizola.
Ressalto que aquela sessão plenária ocorreu em um momento atípico, uma vez que o então presidente da Câmara havia sido determinado pela Justiça a assumir interinamente a Prefeitura Municipal de Viamão. Diante disso, assumi a presidência desta Casa Legislativa naquele momento, passando a conduzir os trabalhos da Mesa Diretora.
Em razão da condução excepcional da sessão e do grande número de homenagens previstas na ordem do dia, acabei, por equívoco de natureza estritamente protocolar, mencionando apenas o nome do saudoso líder trabalhista, quando o correto seria chamar o representante da instituição de ensino homenageada.
Peço, portanto, que esse esclarecimento seja devidamente registrado, ao mesmo tempo em que lamento que um equívoco formal tenha gerado tamanha repercussão."
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